A gente assopra, assopra
enquanto têm fôlego.
O ar que esfria o café
também aquece o corpo
quando o dia é frio.
Um sopro é agora o sussurro
do vazio que enche o ego.
O ar com que falo o que é
também faz doer o oco
de onde veio o fôlego pra dizer o dito.
O sopro assovia,
acende churrasqueira,
apaga vela, apita.
Mas sou eu quem assopro.
Só posso assoprar o ar que tenho no peito.
E posso também gritar.
Reconhecer o oco da vida é um ato de sabedoria, se acostumar com o vazio é displicência.
ResponderExcluir